sábado, 26 de setembro de 2009

Enumerados e enamorados.

Com o primeiro foi simples. A pouca idade não permitiu que eu dedicasse toda a minha mente à ele, que tinha que dividí-la com minha infância. Felizmente.
Nada muito fora do contexto de uma criança. Não foi o primeiro amor. Foi o primeiro amigo diferente.
Passou rápido, como aquela época das bonecas de pano, cheias de retalhos. Como estou agora, mas isso foi depois de mais alguns deles.

O segundo não foi tão diferente do primeiro, apesar de já estar maior, menos alheia às bobagens do amor.
Fez parte de momentos conturbados, mas divertidos. Mais um amigo diferente. Nada de primeiro amor ainda. Será que esse pioneiro não seguirá as coincidências da minha vida?
Mas voltando à esse segundo, foi bom. Não longo, mas bom. Não intenso, mas ainda assim, adorável.
Primeiro estímulo para meus escritos, contos, fábulas. Aquelas historinhas de príncipes em cavalos. Alados.
Foi sumindo, flutuando. Talvez voando, montado ao Alasão, em direção ao baú das memórias.
E foi.

Terceiro, esse sim. Abriu um novo livro, uma nova história. Era um momento cheio de novidades, e ele não podia faltar.
Apesar dos meus pensamentos, ele seguiu as coincidências. Ou seria o destino?
O primeiro amor, de fato, a gente nunca esquece. Por um longo tempo, me dediquei à torná-lo intenso. E foi, apesar de tudo.
Internamente, pelo menos. Nunca tive sorte com essas coisas, mas não cansava de tentar. Durou. Período imaginativo. Singelo. E inteiramente meu.
Até que, para ele, apareceu um primeiro amor, como ele havia sido pra mim. E ela o fez feliz. E ainda o faz. Que bom.
Agora ele é um amigo. Não diferente, mas único.

E, finalmente, o quarto e atual. E espero que último. Eterno.
Mas, fugindo de todas as coincidências da vida, ele seguiu um outro rumo. O de me impulsionar a expandir o interno. O de me fazer querer mostrar o que há de mais amável em mim.
Talvez não seja muito. Mas há. Sempre tem algo digno de amar na gente.
E ele me faz ficar afoita, intíma, intensa. Atraída. Atraente. Me faz ser quem eu sempre quis. Me faz bem.
Ele é a união de todos os outros. Me faz ser criança, confusa, conturbada, divertida. Me põe a fantasiar, imaginar e flutuar.
É diferente. É capaz de, num estalar de segundo, me fazer sentir toda e qualquer sensação.
A soma de tudo que eu desejei, por todo o tempo.
Muitos que sabem da nossa "história" me perguntam porque ele. E eu não sei responder.
Ele foge do estereótipo. De todo o comum que apareceu na minha vida.

Ou de quase todo o comum. Afinal, ainda há essa semelhança de nome.
Gabriel.

Mas, acredite se quiser, com ele eu não desejo encontrar mais nenhum. Nem Gabriel, nem João, nem José. Nem mais ninguém.
Pra quê mais se ele me satisfaz?
E já me é demais.
Demais.